O artesanato das paliteiras e das barcas serranas, o folclore, a musealização dos sítios e o rico património construído completam factores para um turismo cultural de qualidade, afirmando a Freguesia de Penacova como um vértice do consagrado triângulo turístico Coimbra, Penacova-Lorvão, Luso-Buçaco.
Penacova está envolta numa rara beleza paisagística, onde se conjugam montanha, biodiversidade e os vales onde serpenteiam os rios Mondego e Alva, proporcionando um panorama deslumbrante ao longo do Vale do Mondego.
Para os mais afoitos, que prefiram participar bem de perto desta beleza, o concelho tem as condições privilegiadas para a prática dos desportos de natureza.
Estas actividades radicais, essencialmente promovidas por empresas prestadoras destes serviços, têm aqui todas as potencialidades. Nestas actividades destacam-se a canoagem (descida do rio Mondego entre Penacova e Coimbra), slide, rappel, paintball, escalada, BTT e os passeios pedestres.
Em vários locais pode ainda desfrutar de zonas para a pesca desportiva, quer ao nível da competição quer ao nível do lazer. Referenciamos também os percursos pedestres : RP1 – Penacova e Rio Mondego e PR5 – Livraria do Mondego.
A gastronomia é rica, as paisagens são magníficas e há vários serviços para oferecer. A qualidade de vida, o bem-estar da população e o turismo são o centro das atenções da freguesia.
Do “alto” de Penacova, junto ao miradouro Pérgola Raúl Lino, os olhos perdem de vista o “serpentear” do Mondego. A ligação da vila ao rio é, e sempre foi, umbilical. “Oferece” a (magnífica) paisagem, parte da gastronomia e, em tempos, foi o elo de ligação primordial a Coimbra.
Nos últimos anos, Penacova cresceu. Hoje, apresenta serviços, é um pólo turístico atractivo e oferece as mais diversas infra-estruturas para o bem-estar da população.
Penacova “apresenta” dois parques de campismo, uma praia fluvial, paisagens de rara beleza e “uma gastronomia óptima, potencializada por inúmeros restaurantes e casas de pasto de excelência”.
Muitos são os pontos de interesse que representam marcos de um passado repleto de historia e sabedoria. Por isso não resistimos em transcrever trechos de alguns percursos turísticos assinalados por Joaquim Leitão Couto (médico).
“(…) De Coimbra a Penacova para um a cesso rápido deverá tomar o IP#, mas se vier com olhos de turista, aconselhamos-lhe uma estrada encantadora, à beira da margem direita do Mondego, a partir da Portela, no inicio da Estrada da Beira.
Da mesma maneira, do Luso a Penacova, tem na Estrada Florestal do Buçaco, um bom percurso alternativo, muito aprazível em vez da intermunicipal Mealhada-Penacova e então, calmamente, apreciará os azevinhos, os cedros do Buçaco, os pinheiros, os carvalhos e mesmo os castanheiros.
Para Vitorino Nemésio, «Penacova vale verdadeiramente pela sua romântica situação, debruçada como esta sobre um dos mais selváticos trechos do Mondego…»
Nos diremos que ocupa, com pleno direito, um dos vértices do consagrado triângulo turístico Coimbra-Penacova/Louvão-Luso/Buçaco.
O mesmo poeta e professor universitário escreveu que …É preciso chegar as aberturas e miradouros para achar a razão de ser da fama de Penacova, que é o seu admirável panorama de águas, pinho e penedia» e disse mais que «Penacova é luz e penedia, com o quer que é de pirenaico trazido as proporções da ternura e da rusticidade portuguesa». E prossegue: «Ao contemplar a paisagem, de qualquer desses miradouros, compreende-se o ecómio de Rodrigues Lobo:
Se alevanta uma pena graciosa,
Rodeada de flores e verdura,
Tão verde, tão florida e tão formosa,
Como a mais serra seca, áspera e dura;
Na descida entre as árvores fragosa,
Com alegres povoados de mistura,
Uma profunda cova se descobre,
Que faz com o nome e graça o sitio nobre.»
E Vitorino Nemésio descreveu o panorama, como adiante se transcreve: «A Vila fica numa eminência junto a uma curva brusca do Mondego, feita como que sobre a pressão suma enorme proa de pedra: é a Srª da Guia, onde dizem que foi o castelo de Penacova e onde Emídio da Silva promoveu em 1908, a construção de um Mirante(…)»
É a vista mais completa sobre um grande troço da bacia do Mondego, desde Entre penedos e só suplantada pela que se vislumbra dos Penedos da Carvoeira, na Margem esquerda.
«Entre Penedos é uma estreita e extensa garganta a que, em virtude de as penedias graníticas serem semelhantes a grandes lombadas, se deu o nome de Livraria Mondego.
Para norte, a esquerda, a vista desde o Mirante alcança o Monte da Srª do Mont’Alto com a sua capela, donde se possa ao caminho que leva aos povos de lá da serra como Chã, Gondelim e Boas Eiras, sendo aí que vem morrer as vertentes do Buçaco». A nordeste, avistam-se os moinhos de vento da Serra de Gavinhos. (…)
«A margem esquerda é um manto de pinhais, as ínsuas dispõem-se em ambas as margens, vislumbrando-se a Serra da Atalhada, Vila Nova, Carvoeira (e os Penedos), a Ronqueira e ao longe a Serra da Lousã.
A vegetação na margem direita, ao longo do ramalzinho de Sto António é mais arranjada, mais íntima, com pinheiros mansos e depois Carrazedos, Cheira, Chelo, Chelinho».
Escreveu o poeta.
«Para ter um horizonte ainda mais amplo é preciso subir ao penedo do Castro alcançando-se o máximo de ampliação para Penacova, Lousã e o Mondego (…).
Da capela da Srª do Mont’Alto há um vasto e admirável panorama em que se vê o curso sinuoso e lento do rio continuando-se, a norte pela montanha do Buçaco, tendo sido junto desta capela que Wellington colocou algumas peças de artilharia, por ocasião da batalha», conforme refere Nemésio.
Em termos paisagísticos trata-se de uma área de rara beleza, sede de um concelho com um rico património, natural e construído que tornou Penacova um destino turístico, desde os princípios do século passado, onde o mundo rural, a natureza e a história estão em harmonia.
Foi por isso que Eugenio Moreira, um dos expoentes da pintura paisagística portuguesa, encontrou em Penacova, o cenário adequado a dois dos seus mais célebres quadros: «A Ferreirinha» e «O Vale de Penacova».
E sem sair da freguesia de Penacova pode usufruir de grande parte do património concelhio seja em Turismo Cultural, Turismo de Natureza, Turismo Radical como; moinho de agua (Azenha do Rio); fornos de cal e núcleo museológico (Casal de Stº Amaro); Casa da Freira (núcleo museológico em Penacova); Moinho e Museu do Moinho Vitorino Nemésio (na Serra da Portela de Oliveira confinante com o perímetro florestal do Buçaco e com a freguesia de Penacova); majestoso geomonumento que é o maciço quartzitico, denominado Livraria do Mondego; pratica de Expeleologia nas nossas grutas.Montanismo e Escalada, Pesca Desportiva, Canoagem, Campismo em dois muito aprazíveis parques a beira do Mondego; de Espaço de Lazer, como a Praia do Recoquinho, de repouso sem poluição e com tranquilidade, em clima de média atitude, das cerca de 80 camas servidas por uma boa restauração (…); do Folclore; do Artesanato (…); em breve uma moderna Piscina Municipal; do Posto de Turismo, instalado nos Paços do Concelho, que o Município faz questão de manter aberto diariamente há mais de vinte anos e onde obterá as informações e os textos de apoio que desejar.
No caminho de quem vem da fronteira de Vilar Formoso ou de Viseu-Figueira da Foz, é assim natural que Penacova tenha sido considerada «um dos mais belos sítios de Portugal»